quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Fri

Que saudade do que eu ainda não tive; que alegria pela surpresa que não sei se terei. Frida olha pro seu seio e imagina um bebê matando a fome de justiça que ela tem. Locke, Platão, Hegel pra quê? Se eles só perguntam e não respondem. Eu também pergunto e ninguém me responde... Pra quê, por que viver? Se a missa do galo é mais bonita na Corte; se o fio de cabelo vale mais que uma lágrima!
Este "menuscrito" da vida tem um paladar que eu já não mereço mais. Um prato com sabor amargo. Quando tem batata frita é menos mal. Mas não é sempre que a batata quer ser frita para me satisfazer.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Álien

Impressionante como essa cidade me faz mal. Brilhantina nos cabelos cigarrentos. Cigarro no bico dos hipócritas. Seria um modo de se auto-afirmar? Porque nós somos mutantes em todas as coisas.
O silêncio machuca porque você não sabe o que ele diz. A sala de espera é silenciosa, mas tem revistas interessantes. Pernas à mostra, entrededos, botinas velhas, bundas mal-feitas. As pessoas se matam de trabalhar pra depois morrerem de alegria nos carnavais da vida. O rosto vivo de uma vivacidade já lavada por lágrimas. Como é bom aprender com erros, pagar na mesma moeda.
Bom mesmo seria se tornar um neurônio, uma artéria ou sei-lá-o-que pra entender o que as pessoas pensam, porque agem como agem, se têm uma genética ou um passado que as fazem realizar atos horríveis. É relativo. Porque meu vizinho é diferente; e é chato. Eu quero olhar o mundo, olhar o verde, olhar a seca. A cerca. O arame farpado que amarra os réus.

sábado, 29 de agosto de 2009

Manifesto feminista

Machismo é uma coisa que me tira do sério. Homem pode tudo, homem manda, homem isso, homem aquilo. Que saco!
Eu não me canso de dizer que mulher é muito mais habilidosa (em tudo!). Tenho impressão de que a guerra dos sexos está longe de ter um cessar fogo, apesar das inúmeras conquistas femininas.
Tenho um desejo incansável de tentar imaginar o porquê de os homens modernos ainda se acharem superiores. È inconcebível um pensamento desses nos tempos de hoje. A mulher trabalha fora, arruma a casa, cuida dos filhos (alimentação, escola, lazer, saúde), cuida da sua beleza e, ainda, cuida deles: onças-ferozes- pidonas!

X-cen

Estados de alma.
Estados de dor.
Amor.
Amor-próprio.
Amor ao próximo.
Excentricidade.
Idade.
E transcendência.

Trapezóide

Essas tardes de trovoada me fazem lembrar alguns anos atrás; o tempo em que eu era tolinha. O tempo em que eu sentava na porta, olhava a chuva cair e sonhava. Sonhava com tantos super acontecimentos! Me sentia uma menina grande, mas, às vezes, a mesma tolinha de sempre. Desengonçada, óculos fundo de garrafa, feinha que doía. Mas eu sonhava. Como até hoje...
Minha cabeça era repletinha das ilusões das crianças. Em uns tempos, minha vida era fazer roupa pra barbie, vestir a barbie e cortar o cabelo da barbie. Eu era a MÃE da barbie. Noutros tempos, eu encucava que queria ser bancária, brincava rodeada de calculadoras, pedaços de papéis denominados “saldos” e “extratos” e uma máquina datilográfica vermelha, que pra época era um notebook dos mais avançados. Achava linda essa coisa de INDEPENDÊNCIA. E noutros tempos ainda, minhas unhas eram um sangrar sem fim de tanto bife que eu tirava. Todo dia era uma cor. Meu pai falava que minhas unhas iam cair. BELEZA é outra coisa que ainda me faz gastar algumas horas do meu dia.
A impressão que me vem freqüentemente é de que todos aqueles sonhos na porta de casa, os banhos de chuva, as brincadeiras de escola (esqueci de dizer que eu também brincava de ser professora de banca e, detalhe, hoje eu sou professora), os sonhos da menina tola se realizaram e a alegria de se olhar no espelho da alma é incomensurável.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Desejo

É redundante dizer que o ser humano é o ser do desejo. Desejar ser mais feliz, desejar ter mais dinheiro, desejar ter mais amor. Desejar desejar. Possuir.
Eu quero ter uma sombra com calor amor. Vai-e-vens de reflexões e sempre ter no que pensar. Cuidar das pessoas, fazer trabalhos voluntários no hospital e ler livros interessantíssimos. Inchar os pés e a barriga. Chorar de rir, chorar com cócegas, brincar de bater. Passar sorvete no rosto dele e lamber. Viver. Feriados? Comer, dormir, passear e amar! Nos outros dias, trabalhar e amar...